Durante visita ao Sudeste Asiático, Xi Jinping reforçou alianças estratégicas e econômicas para conter a aproximação de países como Vietnã e Camboja com os EUA. O economista e professor de relações internacionais Leonardo Trevisan analisou os impactos geopolíticos e comerciais desse movimento.
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NotíciasTranscrição
00:00Mais um episódio dessa guerra comercial que claramente não vai atingir somente a população
00:07e a economia da China, dos Estados Unidos, a economia chinesa e a economia dos Estados Unidos.
00:13Sobre esse cenário de muita incerteza, eu tenho o prazer mais uma vez de conversar com o professor Leonardo Trevisan,
00:20economista e professor de relações internacionais da ESPM, a Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo.
00:27Bom, professor, sempre um prazer recebê-lo aqui.
00:31Antes de lhe entregar a palavra, só deixa eu pintar uma cena que na semana passada,
00:36nós vimos Xi Jinping, presidente da China, fazer um tour pelo sudeste asiático.
00:43Xi Jinping raramente sai da China, raramente sai de Pequim.
00:47Quando ele sai, uma mensagem muito importante.
00:50Seria essa a mensagem nas entrelinhas que ele deu para a Vietnã, Camboja, Malásia?
00:56Seguinte, estou aqui.
00:58Nós temos uma enorme relação comercial.
01:00Vietnã, Camboja, Malásia.
01:02Vocês preferem a minha em China ou aos Estados Unidos?
01:06Foi essa a mensagem, professor, que ele deixou ali, escrito nas entrelinhas?
01:11Boa noite mais uma vez.
01:12Muito obrigado por estar aqui conosco.
01:14Boa noite, Marcelo.
01:16É um prazer conversar com você.
01:18Boa noite a todos que nos escutam.
01:19Mais uma vez, obrigado pelo convite.
01:22Eu estava acompanhando a tua entrevista com a Luísa e eu juro que vou roubar um pouquinho
01:27da imagem de vocês.
01:29Essa ideia aí é mais um...
01:32A Luísa diz que é só um episódio da série.
01:35Eu penso que é isso mesmo.
01:36É só um episódio da série e um episódio muito dramático esse que você descreve, que
01:43é a China avisando aos seus satélites, porque esses todos que você mencionou, Vietnã,
01:51Malásia, Camboja, eles são satélites econômicos da China.
01:55Eles têm o mesmo papel que o México tem em relação aos Estados Unidos.
02:00A China repassou tecnologia, repassou capital, repassou, inclusive, todo tipo de proteção
02:09econômica, desde que eles produzissem tudo que a China já não tem mais interesse de
02:16produzir.
02:18Esse é o ponto.
02:20Mas a China precisa vender para eles os insumos, colocar o capital lá para que eles vendam
02:26para fora.
02:27Não foi à toa que os Estados Unidos colocaram naquela primeira lista as tarifas mais altas,
02:35é só a gente lembrar, a tarifa era mais alta que a da China naquela primeira lista.
02:4049% para o Vietnã, para citar os dois que estão aí, e 46% para o Cambódia.
02:48Esses dois países atuam como um satélite mesmo da China.
02:54E é aí que o Xi Jinping entrou.
02:58O Xi Jinping foi dar um aviso a todo mundo, lá dentro e fora de lá, interno para esses
03:05pequenos países menores e externo.
03:09Não mexam no nosso império.
03:10É essa a ideia.
03:11Ele foi, e veja, ele saiu de lá, o mais importante é que ele saiu de lá com 45 acordos assinados
03:21com o Vietnã, com 38 acordos assinados com o Cambódia.
03:26Ele deu uma demonstração de força, não só para os satélites asiáticos, os outros,
03:33os demais, como para o Ocidente.
03:35Olha o que eu posso fazer.
03:37Você tem toda a razão.
03:38O Xi Jinping só sai de Pequim, fazia mais de dois anos que ele não saía de Pequim,
03:44para dar esse tipo de recado.
03:46E um recado bastante contundente.
03:48É essa a ideia.
03:50Se a gente olhar um pouco para isso, a gente percebe o quanto a China está, literalmente,
03:58pagando para ver quanto mais os Estados Unidos vão subir a sua aposta.
04:03Professor Trevisan, um dos marcos aí dessas primeiras décadas do século XXI é o Road
04:10and Belt Initiative, a nova rota da seda e tudo mais.
04:15Estas questões agora, esse choque de gigantes entre Estados Unidos e China, tem mais uma característica
04:23de acelerar o processo ou deve atrasar um pouco os planos de Xi Jinping, da China, de
04:29Pequim, de criar ou de concluir esse enorme cinturão logístico em torno do mundo.
04:36Esse é o ponto.
04:38Talvez os Estados Unidos tenham, me desculpe a expressão tão forte, chegado atrasado na
04:44festa.
04:45Quando nós olhamos os dados, os dados que eu vou dar aqui são do Fundo Monetário Internacional
04:51e da Organização Mundial do Comércio, da OMC.
04:55Que dados são esses?
04:57Nós temos 193 países na ONU.
05:01Marcelo, 156 deles.
05:04Olha a conta, Marcelo.
05:05150 em 190 tem, aquela linguagem dos economistas, corrente de comércio favorável com a China.
05:13O que isso quer dizer?
05:14Se você somar a importação e a exportação de 150 países, eles são o maior país somado
05:24à exportação e à importação, já é a China.
05:28Olha a América Latina, olha a gente e os vizinhos.
05:32É isto.
05:33É espalhado pelo mundo inteiro.
05:34Você fez muito bem de lembrar o cinturão da rota, iniciativa da rota e o cinturão da
05:40rota.
05:41Imperfeito de lembrar.
05:42A Belt and Hold Initiative, é isso aí mesmo.
05:47Olha o Brasil.
05:48O Brasil tem 35...
05:50Nós nunca tivemos na história do Brasil uma tamanha concentração num único freguês.
05:57Nós temos 35% das nossas exportações com a China e 25% das nossas importações com
06:04a China.
06:05Soma?
06:06Tem para mais ninguém.
06:08Para a gente ter uma ideia de comparação para saber o que a gente está falando, para
06:12os Estados Unidos, que é o segundo, é 16 e 11.
06:16Olha a diferença.
06:1735 contra 16 é mais do que o dobro.
06:21É disso que nós...
06:21Com a Argentina é isso.
06:23Com o Chile é isso.
06:24Só não é com o Paraguai, porque o Paraguai é muito pequenininho e tem um problema com
06:29Taiwan.
06:30O resto da América Latina inteira é China.
06:33Quando a gente olha para esse contexto e a gente expande para a África, na África, de
06:3954 países africanos, 46 têm o maior freguês, o maior comprador na China.
06:47Quando a gente olha para esse quadro é que a gente entende o tipo de estrilho da realidade
06:54americana.
06:56Atenção.
06:57Esse estrilho, essa briga do Trump não é dele.
07:01A gente está enganado disso.
07:03Isso é do establishment americano.
07:05O establishment americano inteiro pensa isso.
07:10Eles têm medo da China, porque eles estão vendo a China crescer.
07:14O que tem nisso é...
07:16Os Estados Unidos têm uma hegemonia completa no mundo, política, militar, que eles mantêm,
07:22e econômica.
07:24A política militar está intacta.
07:26A econômica está claudicando.
07:30E está claudicando de um jeito que os deixa muito preocupados.
07:34Para que alguém preste atenção nessas coisas, é só observar o que aconteceu com a IA do
07:41chefe GPT e a IA da DPSIC.
07:45Um gastou 100 milhões de dólares para fazer, o outro gastou 6 milhões de dólares e é mais
07:51rápido.
07:51A guerra é comercial e essencialmente tecnológica.
07:56Os Estados Unidos, de alguma forma, estão percebendo a velocidade com que os chineses chegaram
08:03no jogo.
08:03Pois é, professor.
08:05A gente que acompanhou tanto no século XX, a guerra hegemônica entre americanos e soviéticos,
08:11pelo desenvolvimento da bomba atômica, os personagens mudaram do outro lado, saem os
08:17soviéticos e entram os chineses, e a bomba atômica fica no passado.
08:20Agora é o desenvolvimento de tecnologia de ponta, inteligência artificial, o carro elétrico.
08:28Professor Trevisan, pode ir anotando todos esses dados, porque a gente ainda vai falar
08:31muito, o governo Trump mal chegou no centésimo dia, só no dia 30 desse mês é o centésimo
08:38dia, ainda faltam pouco menos de quatro anos, muito assunto teremos.
08:43Obrigado mais uma vez, essa conversa sempre esclarecedora.
08:46Professor Leonardo Trevisan, que foi o meu professor, eu faço questão de dividi-lo agora, os conhecimentos
08:51com todo mundo, economista e professor de Relações Internacionais da ESPM, sempre um
08:56prazer, Trevisan, te reencontrar, até a próxima, eu tenho certeza que vai ser em breve.