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  • 15/04/2025
A Argentina iniciou a flexibilização cambial com forte impacto nos mercados: ações e títulos do país subiram, apesar da queda do peso. O analista econômico da Crowe Macro, Ricardo Rodil, e Vinicius Torres Freire avaliam o cenário após a liberação de US$ 12 bilhões do FMI e os riscos inflacionários antes das eleições legislativas.

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Transcrição
00:00O câmbio na Argentina, o câmbio flutuante entrou em vigor no nosso país vizinho e aí o peso perdeu valor.
00:06Só que os títulos internacionais do país e as ações das empresas tiveram ganhos.
00:12O peso argentino se desvalorizou em comparação com o dólar nesta segunda-feira,
00:17em um dia marcado pelo anúncio da liberação parcial dos controles cambiários, que vigoravam no país desde 2019.
00:24A medida, autorizada pelo presidente Javier Milley, coincidiu com a visita do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bassett, a Buenos Aires.
00:36Nesta segunda-feira, a cotação foi de 1.210 pesos por dólar, frente aos 1.097 pesos por dólar da semana passada, segundo cotação da estatal Banco Nacion.
00:49Com maior liberação para a compra de dólar, o governo do presidente Javier Milley conseguiu um apoio contundente do Fundo Monetário Internacional,
00:58que concordou em conceder um empréstimo de 20 bilhões de dólares, equivalente a cerca de 117 bilhões de reais na cotação atual.
01:08O primeiro aporte do FMI, de 12 milhões de dólares, está previsto para terça-feira.
01:13A partir desta segunda-feira, as pessoas físicas, que antes só podiam comprar até 200 dólares, o equivalente a 1.168 reais por mês,
01:26agora podem adquirir uma quantidade ilimitada de dólares por meio de operações bancárias, em um máximo de 100 dólares, ou 584 reais, em dinheiro vivo.
01:39Já as pessoas jurídicas precisam esperar até 2026 para enviar dividendos para o exterior.
01:46A eliminação do chamado CEPO, o Programa de Restrição de Acesso ao Dólar, ocorre após semanas de uma crise cambiária,
01:55que levou o Banco Central a vender mais de 2 bilhões de dólares, ou 11 bilhões e 600 milhões de reais, para sustentar a moeda argentina.
02:03O esquema anterior, de restrição, fez o câmbio quintuplicar e impulsionou o mercado paralelo.
02:11O novo mecanismo implica uma flutuação da moeda, segundo a oferta e a demanda, com um piso de mil pesos por dólar americano a um teto de 1.400 pesos.
02:23O Banco Central vai poder intervir para manter a cotação entre as duas bandas.
02:28O governo usou a fixação da cotação do dólar como âncora das expectativas de inflação.
02:36As novas medidas geram dúvidas sobre os seus efeitos nos preços.
02:41O controle da inflação é o principal capital político do presidente ultraliberal,
02:48que este ano vai passar pelo seu primeiro teste eleitoral nas legislativas de outubro.
02:53Seu rigoroso plano de austeridade, com ajustes drásticos nas aposentadorias, na educação e na saúde,
03:01levou a uma queda da inflação de 211% em 2023, quando o peso foi desvalorizado em 52% para 118% no ano passado.
03:13No entanto, a desaceleração do aumento do custo de vida foi interrompida em fevereiro,
03:20quando registrou 2,4%, subindo para 3,7% em março passado.
03:29Voltamos aqui ao estúdio com o Vinícius Torres Freire e o Ricardo Rodil, analista econômico da Croi Macro,
03:35para comentar esse assunto, essa mudança cambial, então, na nossa vizinha argentina.
03:41Ricardo, que avaliação você faz no momento em que a Argentina faz esse movimento,
03:46em direção agora a regras mais ortodoxas no que diz respeito a câmbio?
03:52Bom, a avaliação não é minha, do FMI, o FMI exige essa maior liberdade cambial,
04:02assim como outras das condições são as reformas estruturais.
04:06Mas, antes de falar de economia, eu gostaria de colocar um aspecto que eu diria psicológico
04:15da população da Argentina, que tem muita influência nessa parte que nós estamos discutindo agora.
04:23Os lares argentinos, praticamente, o que podem poupar não vai para a caderneta de poupança,
04:32não vai para fundo de investimento, não é bancarizado.
04:36Normalmente, compra-se dólar físico e guarda-se em casa.
04:40Isso tem sentido, essa medida de fazer essa banda de 1.000 a 1.400?
04:49Por quê?
04:50Com essa liberação, entre aspas, vai ter uma certa corrida ao dólar da parte dos argentinos
05:01para converter sua poupança mensal em dólares, ok?
05:07Então, isso significaria, em primeira instância, uma pressão em cima da procura de dólar.
05:15Se falassem simplesmente, não, pode comprar o tanto de dólar que quiser,
05:21essa cotação poderia estourar por causa dessa pressão de demanda.
05:25E aí tem um ponto importante, que é que praticamente as reservas cambiais estavam no negativo
05:32e essa entrada agora desse primeiro tranche de 12 bilhões vai permitir o Banco Central
05:43fazer essas intervenções pontuais de modo a o Banco Central regular que essa cotação
05:51fique aproximadamente naquilo que foi determinado como faixa admissível de cotação do dólar.
06:01Vinícius?
06:02Ricardo, a gente viu agora que a Argentina desmontou um pouco dos controles cambiais.
06:08Claro, ainda falta muita coisa e de remessa de lucros, por exemplo, só na hora que vem.
06:12Por um lado, a Argentina precisava fazer isso para tentar virar um país normal,
06:16porque quando você controla a saída, você não tem entrada suficiente.
06:19Por outro lado, tem esse risco de inflação, se o câmbio se descontrola.
06:25A Argentina, um dos meios de controlar a inflação na Argentina era a âncora cambial
06:28como vários planos de estabilização nos anos 90, no Brasil, inclusive.
06:33Bom, a Argentina vai ter não só dinheiro da FMI, mas vai ter dinheiro do Banco Mundial,
06:37do Banco Interamericano de Desenvolvimento, alguns bancos colocaram algum,
06:41e até o Banco Central da China botou, renovou aquela linha de empréstimos de 5 bilhões de soja.
06:46Renovou a linha.
06:47Então, a gente tem uns 28 bilhões aí para entrar, contando o dinheiro da FMI Direto,
06:52e a Reserva Argentina está entre 9 e 10 bilhões negativos.
06:57Esse dinheiro é suficiente para a Argentina controlar o câmbio?
07:02Ou tem um risco de você ter uma corrida de câmbio e a gente ter uma volta de problema inflacional?
07:08Embora as pessoas estejam prevendo de inflação de 30% esse ano, no final do ano.
07:12Está em 60% por agora ao ano, mas pode chegar a 30%.
07:15Segura?
07:16Essa expectativa de inflação caindo e câmbio estabilizado por volta de 1.200 pesos segura, você acha?
07:21Hoje, o anualizado da inflação está, você falou mesmo, 56%.
07:30Eu acredito, e não só isso, estou torcendo para ser assim.
07:37Por quê?
07:37Mas eu acho que aí está o truque dessa banda.
07:43Tudo bem, pode haver uma certa corrida, mas não vai passar de 1.400, certo?
07:50Isso deve segurar a inflação.
07:54Inclusive, porque no caso da Argentina, se está certo desses 28 bilhões de dólares,
08:00um pouco que está entrando até o fim do ano e um pouco até 26, 27,
08:04e outro pouco porque não está saindo dessa renegociação com a China.
08:08Mas, como parte da dívida, a gente é privada, ou seja, é de importações que não foram pagas,
08:22então, eu acho difícil que haja uma, digamos, que haja um impacto na inflação a partir de uma subida do dólar.
08:30Por quê?
08:31Porque dificilmente vai haver importações na Argentina.
08:38Porque quem vai vender para um cliente que já está devendo?
08:44Então, isso deve segurar.
08:46Não é pela vontade do povo argentino, não é pela vontade do Milet, é pela circunstância.
08:53Ricardo Rodil, analista econômico da Croi Macro.
08:57Muito obrigado, Ricardo, pela gentileza da sua entrevista.
09:00Obrigado, Vinícius, também pela sua participação.
09:02Uma boa tarde.

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