Moradores de comunidades no Rio de Janeiro denunciam que criminosos instalaram portões nas ruas e estão cobrando taxas mensais para garantir acesso, segurança e até fornecimento de água. A prática, cada vez mais comum, reflete a ausência do Estado em áreas dominadas pelo crime organizado.
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NotíciasTranscrição
00:00Integrantes do Comando Vermelho no Ceará foram denunciados por extorquir comerciantes de Fortaleza.
00:07Os criminosos exigiam que os comerciantes pagassem uma taxa à facção para não serem mortos ou terem as lojas incendiadas.
00:16Os faccionados afirmam que as lojas estariam em áreas que pertencem a eles e que por isso os empresários deveriam pagar para usufruir do local.
00:26Já no Rio de Janeiro, a milícia que domina Rio das Pedras na Zona Oeste instalou portões nas ruas da comunidade e passou a cobrar pela entrada das chaves aos moradores.
00:39Inclusive a quadrilha começou a instalar esses portões há quase dois meses e hoje já existem cerca de 15 portões, mas esse número, segundo os criminosos, deverá chegar a 80.
00:50Então são duas notícias que tratam das facções criminosas, uma no Ceará e a outra no Rio de Janeiro.
00:59Você nota a ampliação de atuação da facção criminosa que trabalha essencialmente com tráfico de drogas, mas que diversificam a atuação.
01:09No Ceará estão adotando uma prática que era muito comum em Nova Iorque nas décadas de 40, 50, 60, 70.
01:17Me lembro de aquelas cinco famílias mafiosas de Nova Iorque que extorquiam os comerciantes lá em Traibeca.
01:24Tinha muito disso, né, Mota?
01:25As coisas mudaram, mas as nossas facções ainda apostam na extorsão de comerciantes.
01:31E no Rio de Janeiro, essa eu não sabia. Portões para que os moradores possam acessar o local onde elas moram, Mota.
01:39É o neofeudalismo, Caniato.
01:43Para combater isso, vamos desmilitarizar a polícia militar? Que tal?
01:49Não é uma boa solução?
01:50Olha, ignorância, ingenuidade, incompetência, ideologia e interesses financeiros.
02:00Esses são os fatores que tornam o Estado brasileiro cego diante do que está acontecendo nas nossas ruas.
02:11A gente não está mais falando de crime, nem de crime organizado.
02:16O que a gente está vendo é insurgência armada.
02:20São verdadeiros exércitos armados com armas de guerra.
02:24São Estados paralelos que têm as suas próprias leis.
02:31E você, espectador, você ouvinte, pode se perguntar, mas como é possível que as coisas tenham chegado a esse ponto?
02:40Quando você fizer essa pergunta, não esqueça dos cinco I's.
02:46Ignorância, ingenuidade, incompetência, ideologia e interesses financeiros.
02:55Você dá a atuação das facções criminosas pelo Brasil a cada dia uma novidade.
03:00Lá no Rio de Janeiro tem essa agora.
03:02Vão colocar portões para obstruir a passagem dos moradores.
03:05Se quiserem passar, vão ter que pagar uma espécie de mensalidade.
03:10Vão ter que adquirir uma chave para conseguirem abrir os portões e transitarem normalmente.
03:15Dávila.
03:16Caniato, o que é impressionante é esse controle territorial do crime organizado crescendo cada vez mais.
03:24O portão não é só cobrar uma taxa.
03:26É cobrar taxa de tudo lá dentro.
03:28É o gato da venda do gás, é o gato da energia, é a televisão a cabo, tudo.
03:34Tem que pagar, não é que você paga só a chave do portão, tem que pagar todos os outros serviços para o crime organizado.
03:42Enquanto isso, o governo apresenta uma PEC de segurança que não endereça esse problema fundamental.
03:50O Brasil, o Estado brasileiro, não consegue mais controlar o seu próprio território em vários lugares.
03:59Seja no Ceará, no Rio de Janeiro e em outros estados.
04:03Mostra que estamos brincando com fogo.
04:07Que o verdadeiro combate ao crime organizado, ou essa insurgência que o Mota disse,
04:13vem sendo ignorado pelo governo.
04:15O que quer, na verdade, apenas dar uma resposta política para a sua incompetência em combater o crime organizado
04:25e o controle territorial cada vez maior e assustador no Brasil.
04:30Você, Cristiano Beraldo, as duas notícias que tratam de ações das suas facções criminosas.
04:37No Ceará, os bandidos achacando os comerciantes.
04:41E no Rio de Janeiro, essa notícia que é impressionante, a instalação de portões
04:46para que os moradores tenham de comprar uma chave para conseguir acessar a rua onde mora.
04:53Olha que absurdo.
04:55No Nordeste, de uma forma geral, não apenas no Ceará,
04:59as facções criminosas têm atuado com uma desenvoltura impressionante.
05:04E isso tem transformado a dinâmica das economias locais.
05:11Mas não há uma reação.
05:12Isso é que é o pior.
05:14Essas tratativas com a bandidagem têm que ser incorporadas pelos comerciantes
05:24e passam a fazer parte da realidade.
05:27O que é uma coisa inadmissível, absurda.
05:29Mas qual é a alternativa?
05:32A quem pedir socorro?
05:35Agora, quando a gente olha para o Rio de Janeiro, Caniato,
05:39eu acho que tem um lado bom nessa história.
05:41Porque se essas áreas...
05:42Já que o poder público entregou essas áreas para o crime organizado,
05:47tendo em vista que várias áreas estão há anos
05:50sob domínio do poder paralelo e o poder público não entra,
05:55é melhor que tenha barreiras e portões,
05:58porque pelo menos evita que pessoas desavisadas
06:02acabem virando naquela rua que não deveriam,
06:06entrando num espaço que eles não sabiam,
06:09essas pessoas não sabiam,
06:11que era dominada por uma outra organização,
06:16que para entrar ali você precisa de passaporte, visto, carimbo e tal,
06:20porque senão você vai ser morto, executado.
06:22Então, pelo menos, se tiver portão,
06:25a gente consegue evitar esse tipo de tragédia
06:28que se tornou parte do cotidiano.
06:31É o Brasil surreal, é o Brasil em que vale a lei do mais forte.
06:38Se você for corajoso, se você tiver arma pesada,
06:42se você estiver disposto a matar quem for,
06:46você vai dominar o poder público.
06:48Aliás, só para terminar, Caniato, rapidamente,
06:50me relataram uma história essa semana
06:53que eu fiquei simplesmente impressionado no Rio de Janeiro.
06:56Uma grande indústria na zona norte do Rio
06:59que, para ver o seu reparo de fornecimento de energia
07:04quando necessário,
07:05para que o reparo seja organizado,
07:08não liga mais na companhia de energia, na Light.
07:12Tem que ligar para o chefe da comunidade
07:15que fica do lado dessa indústria
07:18para que o chefe da comunidade
07:20acione a companhia de eletricidade.
07:24Porque, senão, os funcionários da companhia de eletricidade
07:27não entram e só vão lá na hora que ele mandar.
07:31Então, Caniato, esse é o Brasil real.
07:34Essa é a dinâmica que está aí prevalecendo
07:36nessas áreas que são completamente dominadas
07:40pelo poder paralelo.
07:41Chega de crime,
07:44de assalto,
07:45de medo,
07:47de impunidade.
07:49Chega.
07:50Uma campanha da Jovem Pan
07:51contra o crime.
07:54É isso.
07:54Participe da campanha
07:55Chega de Violência,
07:57enviando o seu vídeo
07:58para o nosso WhatsApp.
08:00Inclusive, o número aparece agora na tela.
08:02DDD11, aqui de São Paulo,
08:04913258055.
08:08Eu vou repetir.
08:09DDD11, 913258055.
08:13Grave um vídeo, se identifique
08:15e diga de onde você é, qual é o seu bairro.
08:18Depois, conta pra gente
08:19qual violência você, sua família
08:21ou seus amigos enfrentam no dia a dia.
08:24O que deve ser feito
08:25para diminuir a criminalidade.
08:27As denúncias serão exibidas
08:29durante a nossa programação.
08:31Chega de violência,
08:32uma campanha do grupo Jovem Pan.
08:35Chega da grande marca.
08:36Chega da grande marca.
08:38Que foi em um 300 milů.
08:40Ou seja,
08:40ражa o queue mais