André Franco, CEO da Boost Research, analisou os impactos da guerra comercial iniciada por Trump, o risco de recessão nos EUA e como o Brasil pode sentir os efeitos da desaceleração da China. As mudanças na cadeia global pressionam empresas e ameaçam o crescimento mundial.
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NotíciasTranscrição
00:00O mercado financeiro continua instável com a guerra comercial imposta por Donald Trump.
00:05Para discutir a situação, eu converso agora com o André Franco, que é CEO da Boost Research.
00:10André, boa tarde para você. Seja bem-vindo aqui ao Real Time.
00:15Boa tarde. Obrigado pelo convite.
00:17André, vamos falar primeiro sobre o PIB americano.
00:20O risco de recessão, que antes era apontado por uma parte pequena do mercado,
00:24agora parece virar uma preocupação real.
00:26Como é que você vê essa situação?
00:30Olha, essa questão da recessão, ela sempre acompanha,
00:33quando a gente está discutindo a questão dos Estados Unidos, já há bastante tempo.
00:35Num extremo, a gente vai para uma recessão,
00:38no outro extremo, a gente vai para uma inflação descontrolada.
00:40E esse é sempre o desafio do cenário macroeconômico.
00:45Quando a gente olha especificamente para o que a gente está vivendo hoje nos Estados Unidos,
00:49existe uma expectativa de recessão por essa artificialidade que foi criada com as tarifas.
00:54A possibilidade de que você tenha os bens ali e mude a questão da circulação
00:59dos itens ali pelo mundo, principalmente das matérias-primas,
01:05se dificultaria muito para as empresas conseguirem reajustar os seus lucros,
01:09o que naturalmente implicaria em eventualmente queda nos lucros ou até prejuízos,
01:14o que levaria à recessão dos Estados Unidos,
01:17dado que as grandes empresas do mundo que estão nos Estados Unidos
01:20sofreriam com esse tarifácio do Trump.
01:22A gente está vendo já muitos sinais, meio de desespero até, de algumas empresas.
01:28A Apple, a gente noticiou aqui que mandou seis aviões cargueiros
01:32levarem às pressas, se eu não me engano, mais de um milhão,
01:35um milhão e seiscentos mil iPhones para os Estados Unidos.
01:39Tem muito também empresário americano cancelando participação na feira de cantão.
01:43Quer dizer, no meio empresarial já está, assim, uma tormenta.
01:47Sim, perfeito. Isso é um efeito que não dá para entender quais são as consequências.
01:54Por exemplo, se o iPhone tiver que passar, só uma dica aqui para a gente como brasileiro,
01:59se o iPhone tiver que passar nos Estados Unidos para depois ir para o Brasil,
02:03ele vai vir taxado pelos Estados Unidos e depois no Brasil.
02:05Então, talvez mudaria a dinâmica de supply chain no mundo para ser entregue aqui.
02:10Mas, da mesma forma, quando você tem os componentes mais caros,
02:12e se eu converso com algumas pessoas que dependem de micro-componentes, de micro-chip,
02:16eles falam, olha, eu tenho um fornecedor aqui que é um pouco mais caro,
02:19mas ele meio que me prende.
02:21Só que se ficar muito mais caro com ele, eu vou ter que brigar e comprar de outro cara.
02:25E isso tudo, a cadeira, o supply chain inteiro.
02:27Então, assim, não dá para ter uma previsibilidade de como pode acontecer.
02:30E esse cenário de desespero é meio que isso, cara.
02:33Antes de sair o tarifácio, eu trago tudo na taxa atual e depois eu vejo que dá.
02:38Pelo menos me adiantei um milhão de iPhones previamente.
02:41Exatamente.
02:42Agora, o PIB da China também vai crescer mais devagar nesse ano.
02:45A expectativa é que a guerra comercial provoque uma queda de 0,5 ponto percentual.
02:51Nosso maior comprador crescendo menos também é uma preocupação, não é, André?
02:57Exatamente.
02:57Quando a gente olha para o cenário global, é exatamente essa complexidade que a gente está lidando.
03:02Porque não só na cadeira e supply chain, mas os efeitos que isso podem ter para outros países.
03:07Principalmente de onde você vai comprar e principalmente também de onde vai vir o dinheiro disso.
03:11Quando você fala de uma China que vai contrair, é quase que inédito.
03:16Óbvio, já aconteceu isso no passado, principalmente no Covid, mas é algo que a gente não vê com muita frequência e assusto.
03:25Porque se esse cara é o consumidor de commodities, principalmente o parceiro comercial do Brasil, a gente vai ter efeitos disso.
03:30Então, pensa que o tarifácio tem efeitos de primeira ordem, de segunda, de terceira, de quarta e com impactos relevantes até essa quarta ordem, pelo menos.
03:39André, quando você olha para o mercado acionário nesse ano, dadas as condições que a gente tem agora, que tipo de ação você acha que pode sofrer mais?
03:47Olha, com certeza as ações de tecnologia e principalmente aquelas que dependem de manufatura de componentes chineses.
03:57Quando a gente olha que a principal questão do Trump tem sido a China se tarifar aquilo e talvez corrigir uma anomalia,
04:05que segundo ele é uma anomalia no mercado atual, você prejudica as empresas norte-americanas
04:10e no limite você está prejudicando o americano que vai consumir menos aquele item.
04:15As pesquisas já mostram que seu iPhone fosse produzido dentro dos Estados Unidos e seria absurdo o preço.
04:20Da mesma forma que se ele tiver que transferir essas indústrias de manufatura para fora da China,
04:27você também tem um custo quanto a isso.
04:28Então, é uma clareza de que as empresas de tecnologia têm muito mais a sofrer,
04:34porque trabalham com margens altas e muito porque a produção é feita na China.
04:38Bom, a gente viu que o Donald Trump está esperando um contato da China,
04:42que parece que a China não está disposta a fazer para negociar essa situação,
04:46mas eu acredito também que essas grandes empresas como a Apple devem, sei lá,
04:52estar pressionando o governo de alguma forma, se é que é possível pressionar o Trump,
04:55e também vindo com cenários alternativos aí, porque assim, é isso que você falou,
05:00não dá para transferir da noite para o dia uma planta para outro país, isso tem um custo imenso, né?
05:05Deveria haver pelo menos algum tipo de escalonamento aí, né?
05:10Exatamente, e essa é a grande questão aqui, porque você poderia ter conversado,
05:16pelo menos entendido como que seria essa transição,
05:18só que lembra que sempre o cara que assume, ele tem quatro anos,
05:21e ali nos Estados Unidos, e assim como acontece também no Brasil,
05:24a cada dois anos tem um mid-term, né?
05:26Então você renova ou não renova o Senado e a Câmara,
05:30então a preocupação dele de fato é tentar resolver ou pelo menos fazer algo
05:36para que mude a situação nos dois anos, e a verdade, a verdade é que esse ano ele deve,
05:41ele tem que dar um resultado para que o ano que vem ele consiga já colher esse resultado,
05:45então fica muito delicado aqui, e justamente por isso essa agressividade nesse tipo de tomada,
05:51e obviamente as empresas pressionam, porque você está falando de poder diminuir ali
05:56a potência da economia americana, mas principalmente de rolar demissões,
06:00porque se você compra mais caro, vende mais caro, o teu mercado endereçado é menor,
06:05menos você vende, menos você vai ter a possibilidade de ter utilidade
06:09daqueles funcionários que tem para você, então naturalmente você poderia mergulhar
06:12os Estados Unidos numa recessão, simplesmente com as grandes empresas do mundo
06:17mergulhando em prejuízos consistentes ao longo do tempo.
06:21Agora, aqui no Brasil a palavra recessão ainda está muito longe do nosso radar,
06:25o crescimento deve ser menor em 2025, mas eu não vejo ninguém prevendo
06:29o Brasil com recessão nesse ano.
06:32É, isso é verdade, a grande questão é que se o mundo entrar em recessão,
06:35muito difícil a gente tendo nossos parceiros comerciais aí que estão sofrendo com isso,
06:40a gente não tem um efeito, a grande questão é que a gente vive crise após crise,
06:44crises específicas nossas, PIN15, então acho que a gente está acostumado muito com isso
06:48e na verdade a recessão não assusta, que a gente olha muito mais
06:52para essa questão dos gastos públicos brasileiros aqui do governo
06:55e a inflação que naturalmente é uma convivência nossa real aqui.
07:00É verdade, André Franco, CEO da Bulls Research,
07:03muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time, boa tarde para você.
07:07Boa tarde, muito obrigado pessoal.