Jornalista premiado acusa milícias iranianas de matar civis na Síria

  • há 7 anos
Hadi al-Abdallah é um jornalista independente já premiado com o prémio Repórteres sem Fronteiras, que vive no oeste da província de Alepo, na Síria.

Em exclusivo à euronews, conta como as milícias iranianas estão a impedir o transporte de civis cercados na cidade para esta parte da província, ainda controlada pelas forças rebeldes.

“Os civis que deixaram Alepo estavam a chorar por terem sido obrigados a deixar a cidade nestas condições. Disseram que a comunidade internacional lhes deu duas possibilidades – Serem mortos na cidade cercada de Alepo ou serem obrigados a sair de casa. Alguém me disse que ser obrigado a escolher entre estas duas coisas é um crime contra a humanidade. Falei com uma criança, que me contou sobre os bombardeamentios no leste de Alepo, todo o medo que viu lá. Uma mulher veio ter comigo no outro dia. À frente da câmara disse que não tinha notícias do irmão há um dia e que há um mês um outro irmão dela tinha sido morto”.

“Esta tarde, deveria ter chegado uma oitava coluna com civis aqui ao oeste da província de Alepo, onde estou. Mas o avanço da coluna foi travado pelas milícias iranianas e pelo Hezbollah, que colocaram os tanques à frente da coluna e começaram a disparar para o ar. Pouco depois falei com um ativista que estava na coluna, juntamente com alguns civis, que me disse que as milícias iranianas lhes disseram que voltasse para o leste de Alepo. Isso aconteceu depois de terem detido dez pessoas e de outras três terem sido executadas à frente de toda a gente”.

“Há mais de 50 mil pessoas na parte de Alepo que está cercada. Falando de uma forma mais objetiva, a Rússia quer evacuar essa zona mas não tem controlo sobre as milícias iranianas, que estão presentes na região. Essas milícias não querem que os civis se vão embora, há um conflito entre os russos e os iranianos. Os russos querem a evacuação, mas os iranianos não querem”, contou o jornalista.

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