Os ultimos dias de Ana Bolena

  • há 5 anos
Já fazia algum tempo que eu queria assistir o documentário "The Last Days of Anne Boleyn", que foi muito bem comentado na época em que saiu por reunir diversos historiadores Tudor que são famosos e reconhecidos mas que raramente estreiam juntos: David Starkey, Alison Weir e Suzannah Lipscomb e, como representantes dos romances, Hilary Mantell e Philippa Gregory.
Como 'extras' - que são conhecidos no exterior mas cujas obras não tiveram alcance tão internacional, seguem Greg Walker e George Bernard. Basicamente, adorei tudo no documentário, desde os trajes até os atores, e fiquei impressionada que tiveram a 'audácia' de colocar uma Ana Bolena com a idade mais ou menos compatível com a de Henrique, uma Ana bem mais velha do que estamos acostumados a ver em documentários e filmes - afinal de contas, acredita-se que Ana poderia ter muito bem 36 anos na época em que foi executada. No momento desse documentário, 2013, a atriz que interpretou Ana, Tara Breathnach, tinha 33 anos.
* Fica aqui a curiosidade de que Breathnach interpretou uma dama de companhia de Maria Tudor na série The Tudors durante quatro episódios em 2010.
* Senti muita falta de não terem mencionado a queda do cavalo que Henrique sofreu em 24 de Janeiro de 1536, exatos cinco dias antes de Ana abortar - ela, inclusive, disse que o aborto foi causado pelo susto, já que acredita-se que Henrique ficou desacordado por várias horas. Diversos historiadores concordam que esse incidente em 1536 fornece a explicação para a mudança da personalidade de um rei jovem e generoso para um homem cruel e paranóico, o que pode também ser uma das explicações para a execução de Ana. Inclusive fica aí minha crítica na escolha do ator, já que antes desse incidente de 1536 Henrique ainda era magro, belo e atlético - bem diferente do ator.
https://boullan.wordpress.com/2017/01/24/24-de-janeiro-de-1536-o-dia-que-mudou-henrique-viii/
* Sempre sinto falta de um pouco de contexto de Chapuys. Na verdade, ele era bem íntimo da família Bolena e jantou com George e Thomas, irmão e pai de Ana, por diversas vezes. Inclusive, no mesmo dia em que ele foi 'obrigado' a reconhecê-la, ele jantou com George. É bom lembrar que Chapuys representava o Rei Carlos, que era praticamente obrigado a não reconhecer Ana em favor de sua tia, Catarina. É possível que ele se referisse a Ana com termos baixos não apenas por ser sua opinião, mas por ser algo que agradaria seu mestre. Leia mais sobre esse encontro: https://boullan.wordpress.com/2017/04/18/18-de-abril-de-1536-eustace-chapuys-reconhece-ana-bolena/
*52:57: Na verdade, é extremamente improvável que Ana tivesse conseguido assistir as execuções dos homens acusados: https://boullan.wordpress.com/2015/05/17/ana-bolena-assistiu-a-execucao-de-seu-irmao/

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